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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cabeleireiro ganha insalubridade?

Sou um namorado muito companheiro. Já fiz um pouco de tudo com minha digníssima: alongamento na academia, aula de jump, dança e massagem no cabelo com direito a touca e roupão rosa. É claro que todas essas situações renderam muitos clichês dignos de comédias românticas de baixo orçamento hollywoodiana.

Tínhamos um casamento para ir no final de semana e ela tinha que se arrumar, assim como eu tinha que cortar os cabelos, coisa que já estava adiando há um bom tempo. Para facilitar, fomos ao mesmo salão.

De cara eu não queria entrar. Era um salão feminino, com mulheres no meio do processo de transformação que gargalhavam, provavelmente falando mal daquela que por algum motivo não pode comparecer aquele bizarro ritual. Engraçado como o processo de embelezamento é horroroso.

Minha digníssima entrou para verificar se havia corte masculino enquanto eu aguardava do lado de fora, torcendo para uma resposta negativa. Infelizmente não tive como escapar.

Fiquei muito constrangido ao entrar, imediatamente as conversas animadas cessaram e todas assumiram uma postura mais séria. Tive vontade de me desculpar por ter interrompido a fofoca.

Pelo fato de eu estar num salão feminino, o “cabeleireiro” achou que eu também estava interessado num corte moderninho, assim como os emos e metrossexuais que freqüentam esses ambientes. Eu não acreditei quando ele deixou um topetinho trabalhado com a escova. Quando ele saiu para pegar talco eu olhei assustado para minha digníssima, tentando obter alguma indicação para saber se o corte tinha realmente estava pronto. A infeliz não parava de rir com aquela situação.

Por incrível que pareça, estava pronto. É claro que eu não podia sair dali daquele jeito. Despenteei tudo e disse que queria um corte simples e tradicional, que não necessitasse ser penteado quando eu levantasse pela manhã. Felizmente ele entendeu o que eu queria.

E no meio desse processo fiquei tonto várias vezes, já que todo o salão estava inebriado por gases tóxicos que saiam de cabelos que pareciam estar em chamas. Será que cabeleireiro ganha insalubridade?

Ao terminar, fui fazer a primeira coisa de macho que tive oportunidade: ler a seção de economia do jornal, enquanto esperava minha digníssima.

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