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sexta-feira, 12 de março de 2010

Cervejas brasileiras



Outro dia li uma resenha em um site estadunidense sobre as cervejas brasileiras. Ele descreve rapidamente nosso mercado e fala individualmente das principais marcas.

São brasileiros que administram a Anheuser-Busch Inbev, a maior cervejaria do mundo, dona da Ambev. Entretanto, o que nós bebemos por aqui são cervejas muito, mas muito leves, extremamente aguadas quando comparadas com as cervejas do resto do mundo. Segundo o autor do artigo, Charlie Papazian, o que bebemos são "very very light lager".

Ele não está errado, já ouvi de alguns gringos por aqui que o que bebemos não é cerveja.

Outra característica nossa é que sempre bebemos a poucos graus acima da temperatura de congelamento. A baixa temperatura anestesia nossa língua, diminuindo o paladar.


A cerveja é o maior exemplo que o que bebemos, na verdade, é a imagem que o departamento de marketing quer transmitir. Acho que não conheço ninguém capaz de identificar qual marca está bebendo num teste cego. Por isso, é pura bravata quando vejo pessoas discutindo quais são suas preferidas: "a Skol é mais isso, não bebo Antártica, blá blá blá". As diferença existem, mas são tão ínfimas que não interferem no julgamento de escolha da melhor ou pior. Isso, claro, falando das principais marcas, já que nunca bebi Glacial, Cintra e similares.



Eu prefiro a Brahma não por causa do sabor, mas por que me identifico mais com essa pegada mais popular, do guerreiro. A Skol utiliza publicidade voltada para os jovens, mostrando churrascos e situações cotidianas numa perspectiva mais cômica, e por aí vai.

Leia o artigo, em inglês, aqui. Vi no twitter do insulano Mr. Manson.

Para saber mais:


terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O chopp e o colarinho


Aprendam uma coisa: o chopp precisa de dois dedos de espuma, pelos seguintes motivos:

1- Ajuda a conservar a temperatura da bebida;
2- Mantém o gás;
3- Evita o contato do chopp com o ar, protegendo-o da oxidação, que amarga a bebida;
4- O chopp tem validade de apenas 15 dias, já que não é pasteurizado como a cerveja. A espuma também serve para indicar se a bebida ainda está na validade; e
5- A falta de espuma também pode indicar gordura no copo.

Muita gente pede o chopp sem espuma alegando que beberá mais. É verdade, mas a bebida não terá a mesma qualidade. Se você é exibido e gosta de pedir aquela torre, que está na moda por aí, saiba que você é um moleque e não sabe nada de chopp. Por motivos já explicados, aquela torre não proporciona a conservação adequada.

No final do ano passado acompanhamos uma peleja entre a justiça e um bar em Blumenau. O bar foi multado pelo Inmetro por vender chopp com muito colarinho. Depois de recorrer à justiça, ficou estabelecido que a espuma faz parte do chopp e a multa foi retirada. Realmente o espuma faz parte da bebida, mas o problema é que no Brasil todo mundo dá um jeito de passar a perna do consumidor.

No exterior, as tulipas e canecas de chopp são maiores, já que possuem uma marcação que indica até onde deve se encher com a bebida, e o que passar dessa marcação é a espuma. Ou seja, se você pede uma tulipa de 300 ml, você terá a certeza que beberá 300 ml de chopp, além do colarinho que certifica sua qualidade. Aqui não, você só beberá 250 ml. Infelizmente minha máquina não está aqui para fotografar as canecas importadas, mas você pode ir a qualquer bar decente que comprovará o que estou dizendo.

Essa decisão da justiça lesa o consumidor. Realmente o colarinho faz parte do chopp, mas medidas como as que são adotadas no exterior deveriam também ser adotadas aqui. Quero sim, beber meu chopp com colarinho, mas quero que o líquido venha na quantidade indicada no cardápio, tal qual acontece na Alemanha e qualquer outro país sério.

Ouvi dizer que turistas estão reclamando do nosso chopp e que o Inmetro pretende adotar normas internacionais para nossa bebida. Não achei nada na internet que comente esse assunto, mas espero que seja verdade.

A Brahma já está com uma campanha alegando a necessidade de pelo menos três de espuma. Três é demais, dois dedos já são suficientes. Se conseguirem te convencer que três é o ideal, meu amigo, você estará sendo enganado. É uma clara tentativa de vender menos e ganhar mais, abusando do consumidor.

A discussão está caminhando para o lado errado. Já está provado que o colarinho é essencial, mas vamos exigir tulipas e canecas como as que são usadas na Europa. Passe a informação adiante.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Análise Antro-falo-etílica

Estou vendo frequentemente pelos bares da cidade uma espécie de cilindro cheio de chopp sendo servido. Já bebi um desses na Ilha, no Doc Sax. Se você nunca viu, eu explico: também conhecida com torre de chopp, é um cilindro de acrílico com uma barra de metal dentro, que serve para manter o líquido gelado. Na base desta estrutura tem uma torneira para encher a tulipa. Nela cabem 9 chopes e custa o preço de 10.

Realmente é uma facilidade, você não precisa ficar o tempo todo chamando o garçom, mas o motivo que faz um homem pedir um desses é outro: desafiar os machos das outras mesas.

Como antropólogo amador, vou fazer uma análise antropológica deste novo hábito butelístico carioca.

Um homem é um ser muito competitivo, está sempre se comparando com outros homens. Quem tem o melhor carro, quem copula com um maior número de mulheres, que tem a maior casa e que tem o maior pênis. Essa disputa de quem tem o maior órgão sexual é mais intensa durante a adolescência, mas é muito comum homens adultos fazerem piadas sobre o tamanho do pau alheio. E se você reparar com mais acuidade, este cilindro, foco de nossa análise, não passa de um falo enorme. Ou seja, ao pedir um desses, o homem está dizendo que possui um falo maior do o dos homens das outras mesas.

Segundo: outra forma de competição é saber quem bebe mais cerveja. Somos capazes de medir a masculinidade da alguém pela quantidade de cerveja que ela bebe. E se você reparar com mais acuidade, o cilindro em questão não passa de um falo enorme e cheio de cerveja. Ou seja: tenho um falo maior que o seu e bebo mais cerveja também.

Esse instinto de competição foi um dos responsáveis pela sobrevivência da espécie e ainda é necessário nos dias atuais e acredito que essa torre de chopp vai se popularizar.