Cresci ouvindo do meu pai que agosto era o mês do desgosto...
Ele por sua vez ouviu dos meus avós que ouviram dos meus tataravós uma
antiga crença que originou-se antes do descobrimento do Brasil. Agosto
era associado ao mês das despedidas, uma vez que as navegações
costumavam partir ao final de Julho e os enamorados e recém casados
acabavam separados por longos períodos. Os homens que partiam muitas
vezes não retornavam ao seio das suas amadas e assim, os casamentos que
eram realizados em agosto já traziam consigo um ar pesaroso.
Já
passei por diversos agostos, com muitos gostos e desgostos mas este ano
eu decidi dar ao meu agosto a cara que ele merece e decidi assim
interromper meu jejum de quase 2 anos sem visitar feiras livres.
Agosto, mês da vacina, da liberdade (semi) condicional e do retorno às feiras livres.
Retornei assim à feira que na minha concepção é uma das mais tradicionais da Ilha do Governador, a feira do Cacuia.
(Fonte da imagem: Ilha Notícias, Facebook)
Desde que mudei-me para o Cacuia, a feira tornou-se meu point de visitação aos domingos... E de tanto visitar me tornei conhecida, conhecida pelo rapaz da barraquinha do paXtel, pela moça da tapioca e pelo tio do chopp, este último infelizmente não tive a oportunidade de reencontrá-lo em minha última visita, visto que faleceu de covid há alguns meses.
Vale a pena uma parada para degustar o tradicionalíssimo Pastel do Márcio, sempre fresquinho, frito na hora. Dispõe de diversos sabores para agradar todos os paladares. A pimentinha artesanal, disposta em recipientes de alumínio para ser colocada com colher é um sabor a parte pra quem curte uma pimentinha.
Todos os pastéis têm o mesmo valor R$5,00 (preço em agosto/2021) e pra quem curte caldo de cana, que também é triturada na hora e servida sem parcimônia, é possível fazer a dupla por módicos R$10,00.
Por hábito, acostumei-me a frequentar a barraca que fica no "meio" da feira (há 3 tendas, uma em cada ponta da rua e uma localizada quase que no meio).
Guarde lugar pra degustar uma tapioca supimpa! Ali quase em frente, tem a tendinha da Tapioca Master.
De todas as tapiocas que já experimentei nessa feira, super indico a Tapioca Master. São vários sabores, entre salgadas e doces, com os diferentes queijos que também estão a venda no local. A goma da tapioca fresquinha e peneirada na hora também pode ser comprada por R$5,00 (meio quilo) e R$8,00 (Um quilo). Excelente pedida também pra quem quer cozinhar em casa.
Sempre peço a tapioca de queijo temperado com orégano. Custa R$8,00
Por fim, porém não menos importante, meu rolê gastronômico pela feira sempre termina no chopp!
Uma nova tenda inaugurou, oferecendo chopp claro e escuro de boa qualidade e barato.
Trata-se do chopp Donzela, oferecido em copos de 300ml e 500ml. Quem passa pela barraca também está convidado a sentar em uma das mesinhas (duas) que estão dispostas ao lado dos barris e junto ao chopp comer um tira-gosto que varia desde ao bolinho de bacalhau até ao croquete de camarão e sardinha frita na hora.
Confesso que essas iguarias não experimentei, porém o chopp está testado e aprovado. Dá pra sentar, pedir quantos copos sua bexiga aguentar enquanto observa o movimento, conversa com algum amigo ou encontra conhecidos.
A feira do Cacuia acontece todo domingo, das 06:00h às 14:00h, na rua Sargento João Lopes.
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Ao contrário de muitos leitores aqui deste blog, sou insulana há módicos 11 anos mas passei a amar cada parte dessa Freguesia de Nossa Senhora da Ajuda desde que aqui pisei.
Por essas linhas quero trazer devaneios de quem tanto já leu o Ilhados e tornou-se assim amiga do Isidoro, quero trazer o meu olhar sobre essa Ilha e falar dos lugares que eu aprendi a apreciar.
Não tenho nem de longe a estética de linguagem de outros escritores, (típico de pessoas perfeccionistas como eu), na verdade estou só me aventurando, então não esperem nada além do meu melhor.
Com amor,
Conceição