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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

The Slow Bakery

O pão é, basicamente, água e a farinha. Antes da invenção dos fermentos industrializados, a fermentação deste que é um dos alimentos processados mais antigos do mundo era feita de forma natural: uma mistura desses dois ingredientes era deixada num recipiente por alguns dias, servindo de comida para microrganismos presentes no ar (bactérias e leveduras), cujo processo de digestão quebra os carboidratos dos cereais e cria gás carbônico. Depois de crescer, era levado ao forno.

O glúten, presente no trigo, é uma proteína que quando molhada fica elástica e infla como um balão com o gás carbônico gerado na fermentação, formando os buracos presentes na massa do pão.

Acredita-se que, há alguns milhares de anos, alguém esqueceu uma papa de farinha e água em algum lugar. Dias depois, ao encontrar a mistura que aumentou de tamanho e estava borbulhando, viva (literalmente, já que é uma cultura de bactérias e leveduras se alimentando), resolveu assar e criou o primeiro pão da história.

Mas o fato é que atualmente as lojas de pães de fermentação natural (pão de levain ou sourdough) estão se espalhando por aí, sendo uma alternativa àqueles que procuram uma alimentação com menos ultraprocessados.

The Slow Bakery é uma dessas casas, uma padaria artesanal que também faz uso de ingredientes de produtores locais, agroecológicos e, com exceção dos guardanapos, não utiliza descartáveis. O lugar é extremamente agradável, jazz tocando como música ambiente, funcionários solícitos e educados.

No cardápio, sanduíches (mistos, brioches, croissants e croques - um tipo de sanduíche francês levado ao forno), cafés especiais (quentes e frios), doces e algumas opções para almoço. No empório é possível comprar pães, vinhos e alguns outros produtos para levar para casa.

Pedimos um croque madame (um misto com um ovo por cima), um meio misto simples, um pingado, um mate da casa e uma rabanada de sobremesa. Deu R$107,80 e não saímos de buxim cheio.

Apesar do ambiente agradável, do sabor e da pegada local e sustentável, morrer em quase cinquenta reais em duas fatias de pão com queijo, presunto e ovo é demais para mim. E é pequeno, do tamanho de um misto de pão de forma de mercado.

Não acho errado cobrarem isso, a casa estava com fila e eu faria o mesmo se fosse o proprietário. Foi legal ter ido para conhecer, mas é pouco provável que eu volte, já que sou pobre e não sou o público-alvo do estabelecimento. Infelizmente comida natural e saudável ainda é privilégio.

Além do Botafogo, presente também na Lagoa e Leblon.

Croque Madame (quase cinquenta reais com os 10%)

Rabanada

Interior da loja de Botafogo

Interior da loja de Botafogo

Mate da casa (muito gostoso) e pingado (normal)


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