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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Cuscuz com cinzas

Já contei aqui várias vezes o quanto a rua me fascina. Suas cores, cheiros e sabores. E quando digo sabores, obviamente estou me referindo ao farto cardápio oferecido pelos ambulantes em carrocinhas, barracas e tabuleiros. Mas confesso que atualmente não me aventuro mais como antigamente.

Tem uma loja de bicicletas atrás da Central do Brasil, e vez por outra passo lá para algum pequeno reparo na minha bike. Vou pela Rua Senador Pompeu, que concentra muitas lojas que fornecem matérias-primas para os ambulantes, além de algumas garagens de carrocinhas. Por isso vejo de onde vêm os ingredientes utilizados na preparação de sanduíches e demais refeições. Não vou aqui cometer uma injustiça dizendo que são impróprios para consumo, mas são todos absurdamente baratos e de marcas que só vejo lá. Além disso, a via é muito suja e com muitos moradores de rua. Esta situação de me deixa apreensivo.

Lembro de já ter assistido pela televisão uma batida da prefeitura numa dessas garagens de carrocinhas, que também servia como depósito para alguns alimentos. Um balde cheio de milho estava aberto e com alguns insetos mortos boiando na salmoura.

Tenho outros exemplos: por conta do trabalho, visitei um antigo prédio ocupado por famílias de sem teto. As pessoas não faziam questão de cuidar da higiene do local e não se incomodavam em viver em meio a sujeira e utilizar banheiros fétidos. E foi desse prédio que vi uma bandeja de cuscuz saindo diretamente para uma dessas bicicletas de carga, pronto para ser vendido pelo centro.

Sem falar do vendedor de churrasquinho que espantou os pombos para amolar a faca no meio-fio.


Bem, acho que vocês já entenderam. Por isso minha incursão na gastronomia de rua é feita de forma cirúrgica. Sempre gosto de conversar com os ambulantes para saber a procedência dos produtos e conhecer um pouco da história deles, histórias me fascinam.

Uma coisa que percebi é que na maioria das vezes o vendedor não é quem produz o prato. Existe toda uma cadeia produtiva interessante de analisar: tem uma pessoa que faz o alimento, outra que empurra a carrocinha, outra para levar o gelo, uma para preparar e vender. O vendedor muitas vezes assume mais de uma função, mas não é ele quem faz o preparo inicial, cabendo-lhe apenas a função de finalizar o prato, assando, esquentando e servindo.

Evito esse tipo de situação, dou preferência àqueles que além de vender, produzem toda a comida. Ou pelo menos empregam a família na produção, como o tio do cuscuz que fica perto do meu trabalho. Seu Pedro, aposentado, aproveita o tempo livre para ficar longe da mulher e vender o doce que ela produz. Também papeia com trabalhadores da região que estão sempre por ali. O cuscuz é divino, mas vez por outra vem com cinzas de cigarro que caem quando ele está me servindo, já que Seu Pedro fuma compulsivamente. Sempre relevo e como assim mesmo, afinal de contas, o que são cinzas de cigarro comparadas às outras impurezas que já ingeri por aí?

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Angu à baiana e mocotó do Francisco

comentei aqui em 2009, mas agora cabe uma postagem revisitada e com fotos (jul/13)

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Francisco é paraibano e vende angu à baiana e mocotó há aproximadamente 19 anos. Como vez por outra volto para Ilha de barca, faço uma visita a este nordestino que estaciona sua carrocinha ao lado do Esporte Clube Cocotá.

O angu à baiana é feito com miúdos e vísceras de boi, como coração, pulmão, fígado, bucho, entre outras peças não nobres do animal, por isso é um alimento que requer muito cuidado na preparação. Comer este prato na rua é um risco, mas como meu segundo nome é perigo (putz), não posso ver um panelão que páro logo para verificar seu conteúdo.

O angu do Francisco, assim como seu caldo de mocotó, não tem nenhum problema higiênico. A carrocinha está sempre limpíssima e é perceptível pelo sabor que os ingredientes são escaldados e muito bem limpos. O resultado é um prato de primeira, gostoso e sem risco de vida.

A esposa dele também vende no Cacuia, na esquina da Rua Combu.


Angu à baiana do Francisco
Angu à baiana do Francisco

Francisco e sua carrocinha


Mocotó - Ilha do Governador
Detalhe da carrocinha do Cacuia

Serviço

De terça à sabado
Das 20 horas à meia noite
O copo custa R$4,00, a tijela R6,00 e a quentinha ou prato R$10
Cocotá (ao lado do Cocotá Esporte Clube) e Cacuia (esquina da Rua Combu)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Churrasquinho do Família

Churrasquinho do Família e minha bike
O Família é mais um desses ambulantes famosos do Rio, já saiu em jornal, reportagem de televisão, no Guia Carioca da Gastronomia de Rua entre outras publicações. Há mais de 20 anos no Centro, vende um excelente churrasquinho no pão com alho na esquina da Avenida Rio Branco com a Visconde de Inhaúma.

 Lingüiça no pão

Churrasqueira
Família
Gente boníssima, pode passar lá para comer e bater um papo. Ele começa por volta das 19h e vai até de madrugada, 3 da manhã de segunda à sexta e meia-noite aos sábados.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Triângulo dos Acarajés - Praça General Osório

Barraca da Nicinha e Alzinea e minha bicicleta

Por pouco a Praça General Osório, em Ipanema, não vira o quadrilátero do acarajé. Só faltou uma das pontas para cercar completamente o local com cheiro de dendê. Mas tudo bem, um triângulo já é mais que suficiente.

Todo domingo acontece a tradicional feira Hippie, com artesanato e quitutes para turistas. Mas, como meus leitores já sabem, o que me interessa mesmo são os famosos bolinhos de feijão fradinho recheados com vatapá, caruru, salada, camarões e pimenta. Sinto o cheiro de longe e fico parecendo o Pica-Pau com fome sendo carregado por aqueles braços de fumaça que saem das tortas e frangos assados.

Apesar de estar localizada numa feira para turistas, tradicionamente com preços superiores aos cobrados para os locais, o acarajé da Nicinha e da Alzinea custam R$7,00 e são mais bem servidos do outros que vejo por aí. Vem num desses potes para caldos com garfo e faca, tamanho a quantidade de recheio. Obviamente um não foi o suficiente, tive que traçar dois desses.

Acarajé da Nicinha e Alzinea
Além do acarajé, uma boa seleção de doces completam o cardápio. Também aproveitei para experimentar a empada de frango (R$3,00). Boazinha.

Empada de frango
Barraca da Nicinha e Alziena
Todo domingo na Praça General Osório

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Carrocinha no Cacuia

Carrocinha de sanduíches e caldos que funciona madrugada a dentro no Cacuia

Por forças das circunstâncias, fui levado a abrir minha própria empresa. Não era algo que pretendia fazer, na verdade eu queria um bom emprego com férias e décimo terceiro. Já que minhas expectativas não foram correspondidas a contento, me tornei mais um empreendedor neste Brasilzão de deus.

Já passou o medo inicial e agora eu me pergunto porque não tomei esta iniciativa anteriormente. Estou gostando do resultado e vislumbro um bom horizonte que deve ser atingido em breve.

Existe uma coisa chamada "perfil empreendedor", e especialistas se dividem entre aqueles que acreditam que as pessoas nascem com ele e aqueles que acham que isso é uma coisa que se aprende. Acreditava não me encaixar neste perfil, afinal de contas, abrir uma empresa requer dedicação integral. É colocar o trabalho acima de qualquer outra esfera da vida, e isso eu não queria. O que não considerava nas minhas divagações era o fato de que quando trabalhamos com algo que realmente gostamos, o trabalho não se transforma num fardo. E se passar 9 horas por dia, de segunda à sexta, num escritório não é colocar o trabalho acima de qualquer outra coisa então não sei mais o que é.

De qualquer forma, sempre admirei aqueles que largam os empregos para trabalhar por conta própria. É o caso do amigo acima, que deixou uma vaga na Majestosa para montar uma carrocinha na qual vende sanduíches, caldos e cervejas, que nutrem e embebedam aqueles que por ventura, sabe-se lá por quais motivos, perambulam na madrugada da Estrada do Cacuia.

Caçulinha e o caldo verde

sábado, 2 de junho de 2012

Acarajés

Mais um domingo de sol com muitas pedaladas pelo Rio, desta vez passando por São Conrado e Lagoa, com paradas estratégicas para provar os acarajés do caminho.


Em São Conrado, num quiosque perto da área de pouso das asas e parapentes, uma baiana serve o quitute por R$8,00 (acima). Já na Lagoa (abaixo), a granada baiana custa R$10,00. Preços acima da média, no Centro custa entre R$6,00 e R$7,00.


Cada dia que passa tenho mais certeza que o acarajé da Ciça, Praça XV, é o  melhor do Rio, quiçá, até da Bahia.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Churrasquinho de carne seca do Waldir

A pré produção da segunda edição do Guia Carioca da Gastronomia de Rua já começou, e em homenagem publico mais um ambulante que faz a alegria dos trabalhadores que procuram um pedaço de carne quente para forrar o estômago depois de um dia de trabalho: o Waldir.

Minha bike estacionada em frente ao churrasquinho do Waldir
Localizado em frente a entrada do estacionamento do Mundial do Cacuia, o Waldir recebe amigos e transeuntes famintos toda noite. Como vocês sabem, comer carne na rua na maioria das vezes requer mandíbulas fortes, mas não neste caso. O destaque fica para o churrasquinho de carne seca, geralmente o primeiro a acabar.

Segundo amigos, é uma das melhores churrascarias a céu aberto da Ilha do Governador. Não diria tanto, mas a carne seca estava boa.

domingo, 1 de abril de 2012

Feirinha do Cocotá

A única feirinha que vou vez por outra é da Colina. A digníssima, geralmente com as irmãs, dá umas voltas por lá procurando tops e vestidos enquanto eu fico na "praça de alimentação". Não costumo frequentar a do Cocotá, que é voltada para outro tipo de público, mais popular. Mas outro dia passei por lá de bicicleta e resolvi conferir as barracas de comida.

Pratos tradicionais das feiras de rua, churrasco, carne seca com aipim, salgadinhos, bolos e sanduíches comercializados ao som de forró eletrônico. Experimentei um mocotó e um saco de batatas chips, R$3,00 cada. Deu para comer, mas passei o resto do dia arrotando gordura.

Batata chips: R$3,00

Mocotó: R$3,00

quarta-feira, 14 de março de 2012

Cachorro quente do Oliveira

Oliveira e sua carrocinha (fonte da imagem)
Depois de falar da Hareburguer, venho comentar sobre outra instituição carioca, o cachorro quente do Oliveira, também famoso e presente em diversas reportagens de TV, jornais, revistas e guias gastronômicos. Queria evitar escrever sobre esses personagens mais conhecidos, mas como estive lá semana passada, faço aqui um pequeno relato, até porque muitos dos meus leitores não o conhece.

Tenho ido todo final de semana para a Zona Sul com a digníssima. Enquanto ela trabalha, fico pedalando e conhecendo mais esta cidade. Num desses passeios fui até o Oliveira, que desde 1995 tem uma barraquinha de cachorro quente no Humaitá, em frente a antiga casa noturna Ballroom. Acreano, atende sempre com seu irretocável avental e chapéu de mestre cuca.

O sucesso é tanto que eventualmente é convidado por grandes empresas para falar para vendedores e executivos sobre qualidade e atendimento. Além disso, possui diversos clientes famosos, como artistas, esportistas e o milinário Eike Batista.

Cachorro quente do Oliveira e minha bike ao fundo
Com lingüiças e salsichas de qualidade e os tradicionais acompanhamentos (batata palha, milho, ovo de cordorna entre outros), são os molhos que dão o destaque ao cachorro quente. Entre as opções, barbecue, cheddar, mostarda com mel e roqueford. Custa R$6,50 (mar/2012). Também é possível pedir algumas lingüiças artesanais alemãs, por R$10,00.

Matriz
Rua Humaitá, em frente ao número 110
Todos os dias, das 18 às 4h

Filial Laranjeiras
Esquina da Rua Laranjeiras com a General Glicério

Segue reportagem feita pelo Hoje em Dia com o Oliveira.




quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Cocada de forno da Glória

Um dos meus programas favoritos é ir à feira. Sozinho, de bicicleta, ou com a digníssima e meu cachorro, compro ingredientes frescos para juntos cozinharmos o almoço do final de semana, sempre acompanhado de alguma bebida feita com cachaça e frutas, como morango, lixia, maracujá, uva ou qualquer outra que esteja bonita nas bancas.

Depois de uma tentativa frustrada de fazer um passeio de barco pelas Ilhas Cagarras, minha branquinha e eu fomos à feira da Glória, que acontece todo domingo. O almoço ficou divino: salada com folhas diversas, arroz de brócolis e filé de linguado assado. Destaque para a sobremesa: cocada.

Barraca do Evandro
Evandro é paraibano e junto com a esposa baiana criou esta espetacular cocada de forno. Em quatro versões (tradicional, banana, maracujá e açúcar mascavo), é assada dentro da casca do coco, que dá uma apresentação especial ao quitute. Também expões seus produtos às quintas, numa feira menor ali perto.

A cocada é espetacular, lembra a queijadinha, doce na medida certa. O fato de vir dentro do coco dá um charme. As versões mais baratas, vendidas em forminhas de alumínio, não possuem a mesma saída. Pena que comprei apenas uma. Pena maior ainda é que a banca dele fica na Glória.

Preços: R$1,50, R$2,50 e R$3,50
Todo domingo, na feira da Glória

Cocada de forno

Cocada de forno nordestina artesanal

Cocada de forno e minha maconherinha

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Acarajé da Rosa

Sexta-feira, final do expediente. Recebo uma ligação com uma dica quentíssima. Teria que verificar imediatamente. Local da ocorrência: Cinelândia. Pego minha bolsa e saio. 

Foi minha digníssima quem ligou para avisar que tinha uma baiana vendendo acarajé em frente ao Palácio Pedro Ernesto. Sapiente que esse é meu prato favorito, tirou imediatamente o celular da bolsa para me avisar. No caminho passei pelo Largo da Carioca e lá estava a Cida, que já descrevi nesta postagem de 2008. Ela não aparecia por lá há algum tempo, mas em setembro o alcaide Eduardo Paes autorizou as baianas a venderem seus quitutes nas ruas (link) e o Rio aos poucos está sendo tomado pelo cheiro do azeite de dendê, deixando a cidade mais feliz.


A barraca do Rosa está sendo montada de terça a sexta, das 13 às 20 horas, aproximadamente, bem no meio da Cinelândia. O acarajé estava gostoso, bem dourado, mas muito pequeno e achatado. Em poucas mordidas já tinha acabado, além de ser pouco suculento. Na Ciça, que para mim é o que todo acarajé deveria ser, o comensal passa alguns segundos rodando o quitute na mão procurando o melhor lugar para morder, de forma a não se sujar tanto e não fazer com que o farto recheio caia. É muito suculento e deixa a boca toda em festa, além de ter o mesmo preço.

Acarajé da Rosa - gostoso, mas pequeno e pouco suculento

Resumindo: a Rosa tem potencial, sabe preparar acarajé, só precisa parar de judaria e aumentar o bolinho e a quantidade de recheio. Continuarei com minha querida Ciça.

Acarajé da Rosa
De terça a sexta, das 13 às 20 horas
R$6,00

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pastel de feira com vinagrete

A proibição é antiga, mas há aproximadamente três anos a prefeitura de São Paulo aumentou a fiscalização sobre a venda de vinagrete nas feiras da cidade. Ao contrário do que acontece por aqui, na Terra da Garoa esse molho é muito consumido nos pastéis e possui profundas raízes nos hábitos paulistanos.

Foi uma grande briga, muita gente vivia da venda do vinagrete para feirantes e a proibição criou um mercado negro, onde só clientes antigos e de confiança tinham o privilégio, longe aos olhos de desconhecidos, de temperar seus pastéis com este adorável molho, que possui diversas receitas.

Um episódio de A Grande Família, da TV Globo, retratou um pouco este acontecimento, mas que não fez tanto sentido para os cariocas.

Tá certo que historicamente os avanços nos hábitos de higiene das pessoas é um dos responsáveis pelo aumento da espectativa de vida, mas é preciso ter um pouco de bom senso e saber que certas medidas são exageradas.

Enquanto essa harbitrariedade não é feita no Rio, aproveito meu pastel com bastante molho, que abaixo foi feito com cebola e pimenta dedo-de-moça, delícia.

Pastel com vinagrete

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Acarajé da Mira

Duas coisas que adoro: acarajé e flanagem pelo centro da cidade. Melhor que isso só quando consigo juntar os dois, como acontece aos sábados na Praça XV, local onde acontece, toda semana, a feira de antiguidades e onde a baiana Mira coloca sua barraca.

Já freqüento a um pouco mais de um ano, mas, como meu celular não tira fotografias, o registro aqui só está vindo agora. Abaixo, os dois acarajés que comi na minha visita mais recente:

Acarajé 1

Acarajé 2
Barraca da Mira

Delicioso. Só o preço que não está muito bom, R$7,00. Ela também tem uma seleção de doces de comer ajoelhado.

Depois de comer e beber, fui para o ateliê do amigo e artista plástico Alexandre Martins, onde presenciei o nascimento de mais uma de suas obras:


Mais uma opção de programa barato. Pegue sua família e vá para a Praça XV num sábado de sol. Visite a feira e não deixe de conhecer a Mira. E já que está lá mesmo, vá ao Espaço Cultural da Marinha, que fica do lado.

A baiana Mira também aceita encomendas e faz eventos. Contato: 3309-9099 e 3017-5787.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Segundo lançamento do Guia Carioca da Gastronomia de Rua

Para quem perdeu o primeiro, mas também para aqueles que não ficaram saciados, será promovido um repeteco do lançamento do "Guia Carioca da Gastronomia de Rua", agora no bairro de Laranjeiras. É no dia 1º de abril, mas é verdade!

No evento será exibido o curta "Na Boca do Povo", distribuído juntamente com o livro. E também terá degustação com os "chefs" personagens.

Clique para ampliar

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acarajé da Rose e chaveiro 24 horas na Ilha do Governador


Domingo passado saiu uma reportagem no Caderno Ilha dos jornais O Globo e Extra sobre a Baiana Rose, que tem uma barraca perto do Supermercado Assaí (link).

Conheci a Rose há uns três ou quatro anos através de um amigo em comum, o Rousemar, e tive o privilégio de ir na casa dela numa noite de festa, com muito acarajé. Me diverti (e comi) muito naquele dia, era um encontro entre poucos amigos, pessoas fantásticas.

Ela freqüentemente realiza festivais do acarajé, com apresentações culturais e diversos pratos vendidos a um preço mais baixo. O próximo será sábado, dia 26 de fevereiro, a partir das 15 horas. Dá uma olhada na lista de quitutes:

Bobó de camarão, vatapá, caruru, abará, caldos de frutos do mar, caldo de mocotó, caldo verde, sururu, sopa de siri, cocada, pé-de-moleque entre outros, a partir de R$4,00.

Certamente estarei lá.

Chaveiro 24 horas na Ilha do Governador

Muita gente acessa o Ilhados procurando serviços no bairro, por isso vou aproveitar e dar os contatos do Rousemar, chaveiro que trabalha numa daquelas bancadas atrás da floricultura do Cacuia, perto do Relógio. É um amigo e pessoa de extrema confiança, você pode colocá-lo dentro da sua casa sem problema algum.

JJ Chaveiros - Rousemar e Erivaldo: 3353-1010. Plantão 24 horas: 8146-1489 / 8706-3151 / 8551-3908 / 9897-0047

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Delicioso acarajé da Ciça

Dá uma olhada no acarajé que comi hoje:

Acarajé da Ciça

Sensacional! Ciça sempre me fazendo feliz!

Foto do amigo Leonardo Martins.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Hei, psiu


Quem costuma flainar pelas ruas da Ilha do Governador já deve ter visto o Jorge Psiu com seu carrinho, vendendo milho cozido, cural e pamonha. Presente nas diversas feirinhas do bairro, também costuma ficar na Rua Cambaúba, em frente à padaria do Aníbal.

O apelido de Jorge Psiu é por conta do bordão que repete com incrível capacidade pulmonar, audível de longe: Hei, psiu, milho cozido com manteiga! É difícil não ouvir seu chamado e resistir ao cheiro do milho, de ótima procedência.

Além da qualidade da matéria-prima, o carrinho está sempre limpo e com diversos temperos disponíveis: sal, margarina, ajinomoto, manteiga de garrafa e queijo parmesão ralado, que na minha opinião não combinou muito.

Carioca de Bonsucesso, Jorge vende milho há quinze anos na Ilha do Governador.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Guia Carioca de Gastronomia da Rua


Cheguei a pensar que o projeto do Guia Carioca da Gastronomia da Rua tivesse sido abandonado. Previsto para ser lançado em dezembro, o blog estava desatualizado e ninguém nunca respondeu minhas mensagens perguntando sobre quando poderia comprar um exemplar. Depois de muito pesquisar, descobri que já estava sendo vendido na Travessa e comprei o meu no início do ano. Não demorou para a publicação voltar aos meios de comunicação e uma nova data de lançamento ser anunciada: fevereiro.

Como a minha baiana preferida está no documentário Na Boca do Povo, que vem em um DVD junto com o livro, deixei meu Guia com ela e só agora, depois de quase três semanas, peguei de volta e pude devorá-lo.

Idealizado por Sérgio Bloch, é um excelente trabalho, capa dura e com todas as páginas coloridas. Muitas fotos e um projeto gráfico de primeira, com as bordas das páginas manchadas de gordura. É mais que um guia, é uma ode à comida de rua e sua tradição, um projeto que valoriza o ambulante e a cultura brasileira.

No capítulo do angu da Lucinha é contada um pouco da história da Pedra do Sal e da escravidão no Brasil. Conheço pessoalmente a Lucinha e sua história de luta no Morro da Conceição. A religião africana e a origem do acarajé e seus ingredientes também são mencionadas nas páginas reservadas à Nega Teresa, que vende quitutes baianos na Rua Almirante Alexandrino.

Esses são apenas dois exemplos, todos os 19 pratos são recheados de informações históricas, da comida, do ambulante e do bairro, em um texto leve e muito agradável de Ines Garçoni. Já virei fã, tem uma proposta parecida com a do Ilhados (que possui o Guia Ilha Botequim) e espero que as próximas edições essas características sejam mantidas, que não ocorra o mesmo que aconteceu com o Rio Botequim, que virou apenas uma relação de endereços de bares, abandonando completamente a cultura e a importância destes estabelecimentos na vida da cidade.

Como já comentei nesta postagem (e em muitas outras), um pequeno grupo de pessoas sempre quis transformar o Rio numa capital tropical da Europa, por isso o combate contra o comércio de rua (vide o Choque de Ordem do Eduardo Paes). Apesar do Guia ter sido contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura do município, a prefeitura não mede esforços de seu braço repressor que é a Guarda Municipal, batendo em ambulantes e roubando suas mercadorias. Um dos melhores angus com costela que já comi saiu do seu ponto na Rua Uruguaiana e nunca mais pude degustar essa iguaria.

Para saber mais, visite o blog do Guia. Para comprá-lo, clique aqui. Abaixo, o trailer do documentário Na Boca do Povo:

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Guia Insulano de Gastronomia de Rua

Quando comecei este blog, em janeiro de 2008, o objetivo primordial era comentar sobre coisas da Ilha, principalmente botequins. O título da página era Guia Alternativo da Ilha do Governador, só com o off da programação insulana. Com o passar do tempo outras coisas foram acrescentadas, mas a essência continua a mesma.

Estimulado pelo lançamento do Guia Carioca de Gastronomia de Rua, vou fazer a versão insulana da publicação, revisitando o melhor do que é servido nas ruas do bairro.

Cabe minha definição de comida de rua: aquela que não possui seu processo produtivo restrito à um imóvel, podendo ser deslocado para qualquer logradouro com facilidade. São exemplos as carrocinhas (cachorro quente, churros, tapioca) e barracas montadas diretamente nas ruas.

Já selecionei alguns e estou aceitando sugestões:

Acarajé da Baina Rose, perto do Supermercado Assaí (tecnicamente não é de rua, mas como a Rose passou muito tempo nesta condição, vou considerar)
Caldos da Feirinha da Colinha
Sushi da feira da Ribeira
Yakissoba da feirinha do Extra

Croquete de Camarão da feira do Cacuia
Infelizmente essa é uma cultura combatida pelo poder público e pelas classes abastardas da cidade. Essas pessoas, principalmente depois da chegada da Família Real, sempre mostraram sua vontade em transformar o Rio em uma cidade típica européia, inclusive no vestuário, nitidamente incompatível com o clima brasileiro, e na arquitetura, vista na grande quantidade de prédios que reproduzem construções européias (o Theatro Municipal, o Petit Trianon, a sede social do Clube Naval entre outros).

Essa transformação é, muitas das vezes, feita de forma brusca, com muita violência e deslocamento de comunidades inteiras sem o menor suporte para os desalojados. Exemplos clássicos são a construção da Avenida Central (atual Rio Branco) e Avenida Presidente Vargas. 

O prefeito Pereira Passos, no início do século XX, criou a operação Bota Abaixo, demolindo cortiços, exterminando ratos e mosquitos e vacinando à força cidadãos contra a varíola. O resultado foi a Revolta da Vacina, que transformou a cidade, então restrita ao que hoje é o Centro, num verdadeiro campo de batalha, com lojas depredadas, barricadas nas ruas, mobiliário público e bondes destruídos, tiroteios e aproximadamente 50 mortos.

Lembrando também a remoção do Mangue, antiga área de prostituição localizada onde hoje está o Centro de Convenções Sulamérica. As prostitutas desalojadas compraram um galpão com o dinheiro da indenização e criaram nossa querida Vila Mimosa. O mais banana nesta história é que o prédio da prefeitura, que foi construído na área do antigo Mangue, foi apelidade pela população de Piranhão, referência à principal atividade econômica antes exercidada na região.

O problema não é o combate à epidemias e a realização de melhorias para a cidade. O problema é como esse processe tem sido feito historicamente, na base da violência e sem propor alternativas para a população. Sem dúvida, grandes avanços foram feitos, mas o pagamento por isso foi o sofrimento e morte do lado mais fraco. 


Agora, o prefeito Eduardo Paes retomou essa ideologia com a Operação Choque de Ordem. Um amigo voltou recentemente da Europa e contou que nas ruas não existem ambulantes vendendo comida como aqui. O máximo que acontece são trailers ao redor de estádios esportivos em dias de competição ou concertos musicais. E é assim que parte da população quer o Rio, e partiram para ofensiva derrubando barracas com tratores, batendo em ambulantes e roubando suas mercadorias. Os guardas municipais me lembram os antigos torturadores da ditadura, que iam para casa brincar com seus filhos e levar a família para almoçar fora depois de sessões de espancamentos em jovens e mulheres.

Por isso, a venda de alimentos nas ruas está constantemente ameaçada. Precisamos contra-atacar, mostrando o valor cultural que essa prática possui e, que ao contrário de uma minoria detendora do poder econômico e político, não queremos que o Rio se transforme numa filial de Paris.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Guias gastronômicos

Saiu recentemente a edição 2011 do Guia Rio Botequim, o terceiro escrito por Guilherme Studart. Comprarei meu exemplar assim que estiver disponível para venda na Saraiva ou Submarino, já que tenho todas as oito edições anteriores, desde quando era escrito por Paulo Thiago de Mello.

Gosto muito desta publicação, sem dúvida foi minha principal inspiração para criar o Ilhados, que inicialmente se chamava Ensopado de Caranguejo.

Indo por esta mesma linha, está para sair o Guia Carioca de Gastronomia de Rua. Segundo divulgado para imprensa, deveria ter sido lançado em dezembro, mas até agora nada. Já mandei um e-mail perguntando e não me responderam. Como o nome indica, nele estarão listadas as melhores comidas vendidas nas ruas da cidade. Claro que minha amada baiana Ciça está presente.

Uma das iguarias que pode ser apreciada na Ilha é o sushi do Arnaldo, presente todo sábado na feira da Ribeira, conforme já publiquei aqui.

Enfim, aguardo ansiosamente. Enquanto isso, assistam abaixo o teaser do curta Na Boca do Povo, que será lançado junto com o Guia.



Atualização (5jan): as duas obras já estão disponíveis na Livraria da Travessa: Rio Botequim 2011 e Guia Carioca de Gastronomia de Rua. Comprei ambos.