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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Conversando com deus


Outro dia, no ponto de ônibus, prestava atenção na conversa de duas meninas. Uma delas estava muito triste, tinha acabado de levar mais um bolo do namorado babaca e ouvia de cabeça baixa os conselhos da amiga.

- Conversa com deus, ele sempre responde.

Refletir sobre a vida é sempre uma excelente maneira de encontrar soluções para os problemas que surgem. Colocamos a imaginação para funcionar e com este exercício vislumbramos diversos cenários possíveis.

Uma vez, ainda adolescente, um amigo recomendou-me conversar com o vento. Num dia de muita tristeza, resolvi seguir esse louco conselho e por algum tempo acreditei ter sido atendido, tanto que depois agradeci pela recomendação.

Grande bobagem, não é deus e muito menos o vento quem nos responde, somos nós mesmos. Hoje em dia não converso mais com a natureza ou entidades que não existem, gosto de escrever, sempre me ajuda bastante.

sábado, 26 de março de 2011

Macumba boa é macumba longe

No sábado de carnaval, dia do desfile do Bola Preta, lá fui eu com minha digníssimas para um centro em Santra Cruz participar da gira do Zé Pilintra. A família de consideração dela faz parte deste centro de umbanda, que também mistura muitas outras crenças, como o cristianismo e esoterismo.

Na sala onde são realizados os cultos existem, além das estátuas dos orixás, caboclos e demais entidades, imagens de Jesus Cristo e santos católicos. Uma pirâmide, símbolo exotérico, fica pendurada no teto, e quadros de diversos mestres de outras religiões ficam expostos nas paredes. Além disso, o altar possui pequenos tótens incas, objetos indígenas e itens de crenças de outros países.

Uma coisa que reparei é que, ao contrário da origem africana da umbanda, o centro é freqüentado quase que exclusivamente por pessoas brancas de classe média e média-alta da Zona Sul carioca. São advogados, médicos, profissionais liberais diversos com bons salários e alto nível educacional. Os negros de baixa renda estão presentes, mas não são mais que cinco porcento do total. Talvez algum atropólogo possa explicar porque houve essa mudança tão radical no perfil dos adeptos das religiões africanas, pelo menos por aqui.

O lugar é muito bonito, um sítio que durante a semana oferece diversos tratamentos espirituais comuns em instituições como essa.

A gira

A gira é uma cerimônia na qual os espíritos baixam nos médiuns do terreiro. Na umbanda e candomblé existem diversas falanges, que são uma espécie de grupo que reúne entidades com características semelhantes. São várias as falanges: Pretos Velhos, Caboclos, Exus, Crianças (ou Erês), Boiadeiros, Ciganas, Orientais, Mestres de Cura, Zé Pilintra entre outros.

Neste centro a gira do Zé acontece apenas no sábado de carnaval. A cerimônia é muito bonita, mas por falta de conhecimento muita gente acredita se tratar de um culto assustador, com sacrifício de animais e outros ritos desta natureza. Isso até acontece em alguns lugares, mas não lá. O centro é politicamente correto, com cerveja sem álcool, cigarros no lugar dos charutos e todo os materiais utilizados durante os trabalhos nas praias e cachoeiras são recolhidos.

Houve uma inovação na gira deste ano: o Boteco do Zé. Para a consulta, diversas mesas de bares foram dispostas em volta do templo, nas quais era possível pedir petiscos como batatas calabresas, linqüiça frita e bolinho de bacalhau, além de cerveja (sem álcool).

A consulta é uma conversa com a entidade, na qual ela te dá conselhos e orientações. Já fiz uma com um caboclo em um centro da Ilha, conforme já contei nesta postagem.

Já escrevi aqui muitas vezes que sou ateu até a raiz do cabelo, mas desta vez, ao contrário do que tenho feito nas minhas outras experiências religiosas, não vou citar os momentos nos quais identifiquei incoerências entre a prática e o discurso. 

Abaixo algumas fotos.


Maria Padilha comandando a festa do Zé Pilintra

Detalhe do altar

Maria Padilha

domingo, 20 de junho de 2010

Consulta com Guia Espiritual

Como contei nesta postagem, fui num núcleo espiritualista e identifiquei diversos sinais que tiravam a credibilidade das práticas lá adotadas, como a psicografia e desobsessão. Também contei que tentei fazer uma consulta com meu guia espiritual, mas, como tinha esquecido o cartão, não pude ser atendido.

Pois bem, na semana seguinte voltei ao núcleo e consegui fazer a consulta. Depois de pegar um número e aguardar minha vez, fui recebido pelo diretor que, supostamente, ouve o que os guias falam e intermedeia a comunicação.

O cara é muito bom, pegou tudo que eu disse no início e usou contra mim.

Ao chegar, ele perguntou o que eu queria. Respondi que era a primeira vez que realizava tal consulta e que estava buscando algo para minha vida. Também disse que queria saber o que meu guia tinha para dizer, algum conselho ou orientação. O médium a cabeça, colocou a mão na testa e fechou os olhos. Depois tapou o ouvido com o dedo, como que para entender melhor o que o espírito lhe dizia. Confesso que tive vontade de rir, mas mantive a seriedade.

Segundos depois ouvi dele o que meu guia falou. Disse que eu era uma pessoa boa, mas minha vida estava daquele jeito por não ter religião. O fato da minha vida não sair do lugar apesar dos meus esforços também era atribuído a isso. Ele pediu para eu continuar com o tratamento no centro que muito em breve começaria a ver os resultados positivos.

Como disse que era a primeira vez que fazia a consulta e estava buscando algo a mais na minha vida e algum conselho, ele supôs que eu não tinha religião e que estava passando por dificuldades.

Perguntei se meu guia espiritual ficava comigo o tempo inteiro e tive uma resposta positiva. Caso a encenação que presenciei realmente fosse verdadeira, o tal guia saberia que em nenhum momento eu estava acreditando naquilo, já que sempre deixei claro em diversas ocasiões em conversas com amigos. Se ele me acompanhasse o tempo todo, conforme me foi informado, saberia das minhas reais intenções com aquela experiência.

O que nunca ficarei sabendo é se o a pessoa que me atendeu realmente ouve vozes, o que indicaria um caso de esquizofrenia, ou se ele faz aquilo sabendo que é uma farsa.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Menos um espírito obsessor no mundo


Continuo minha jornada tentando descobrir se existe alguma coisa além da morte, apesar de já ter um pensamento pré-concebido de que não vou achar nada. Pelo menos essas experiências valem como pesquisa etnográfica.

Desta vez, também indicado por um amigo, fui em um centro que prega os ensinamentos de três grandes líderes espirituais da humanidade: Jesus Cristo, Kardec e Ramatis.

Eles fazem um tratamento que dura 24 semanas, divido em 3 etapas. A primeira etapa é realizada durante todo esse período, com um encontro semanal, no qual o indivíduo passa por um processo de desobsessão, passe magnético e palestra. A partir da décima semana, inicia-se o tratamento anti magia negra, também com um encontro semanal, durante sete semanas.

A cura é a última etapa, também com duração de sete semanas. Quem quiser, depois de todo o tratamento, pode fazer tudo novamente ou iniciar a escola de médiuns. Pessoas com graves problemas emocionais vão para a psicoterapia.

Outros serviços também são oferecidos, como psicografia, irradiação, libertação química, evangelização infantil e prece para os desencarnados.

Toda sexta pode-se conversar com o dirigente da casa, que intermedeia uma conversa com seu "guia espiritual", conhecido em outras religiões como "anjo da guarda". É bem parecido com a consulta que fiz com o caboclo, só que o médium não recebe o espírito, apenas ouve o que ele diz e repassa a informação. Essa consulta é a que me interessa, mas só pode realizá-la depois de ter participado de pelo menos um encontro. Irei na próxima sexta.

As pessoas que, assim como eu, vão pela primeira vez, recebem um cartão onde serão marcadas as freqüências nos encontros e as contribuições mensais. Existe uma contribuição mínima de vinte reais, e aí começou minha resistência. Depois de explicar o funcionamento da casa, a atendente afirma que essa contribuição só é feita por quem pode e deseja fazê-la, mas esse procedimento é realizado de uma forma muito constrangedora. Ela pergunta na frente das outras pessoas se você pode fazer a contribuição e pergunta o melhor dia de pagamento. É quase uma intimidação. Claro que disse que ia contribuir, fixando minha data de pagamento no dia 10, informação esta devidamente anotada no cartão.

É óbvio que dinheiro é necessário para quase tudo nessa vida, mas já ouvi depoimentos de instituições religiosas que fazem essa captação de uma forma menos constrangedora. Meu antigo gerente, conforme já expliquei aqui, queria pagar o centro do Caboclo Pena Branca, mas eles não aceitaram dinheiro, ao invés disso, pediram que ele pintasse a fachada da casa. Outros centros não pedem mensalidades em nenhum momento, os freqüentadores por iniciativa própria procuram a administração e se tornam contribuintes. Além disso, junto com o cartão, recebemos outra ficha que também pede uma participação mínima de três reais, que serão utilizados no auxílio das 200 famílias assistidas pela casa com doações de alimentos e roupas. E não é só isso: no salão onde acontecem os encontros possuem latas para depósito de dinheiro para a campanha do quilo.

Depois do cadastro, subi para o salão que fica no segundo andar. Antes de chegar minha vez de ser atendido, parei para ler o quadro de avisos. Em duas pranchetas ficavam cartas psicografadas pelos médiuns, todas elas com de/para, indicando o "autor" da mensagem e seu destinatário. As pessoas preenchem um papel com o nome de um parente morto e esperam alguns dias para receber o recado do além. Os médiuns contatam os mortos, que supostamente ditam as cartas.

As cartas não traziam nenhuma informação concreta, do tipo: o cartão do banco está na segunda gaveta da direita do guarda roupa e a senha é 2345678; ou você não é meu filho verdadeiro, você foi adotado; ou qualquer outra história de família. Todas as mensagens diziam que os remetentes estavam bem e tentavam confortar o destinatário da mensagem. Nada de sobrenatural, eu poderia ficar o dia inteiro escrevendo essas mensagens. Difícil acreditar.


Agora vem a melhor parte. Depois entrei na fila para fazer a primeira etapa do tratamento, que, conforme já expliquei, ocorre durante 24 semanas. Este encontro também é divido em três partes, sendo a  primeira a desobsessão. Um médium recebe um espírito obsessor que, segundo eles, está atrapalhando minha vida. São espíritos que ainda estão muito apegados ao mundo material, por isso não partiram para a etapa seguinte da evolução (acho que serei um quando morrer). Muitos deles ainda acham que estão vivos, parecendo uma mistura de Ghost com Sexto Sentido. Uma outra médium conversou como tal espírito, chamando-o de irmãozinho. Primeiro perguntou o que ele tinha feito contra mim, que respondeu ter realizado algumas magias. Ela, então, pediu para o espírito me deixar em paz, dizendo que o que estava fazendo era ruim e errado, além de me prejudicar. A conversa foi sempre num tom bem infantil. O médium possuído apenas ficava com os olhos fechados e respondia a algumas perguntas balbuciando frases curtas ou acenando com a cabeça.

Depois, a mulher que realizava a desobsessão fez um triângulo com as mãos na testa do "espírito", mostrando para ele que o lugar que o aguardava era muito melhor que o mundo dos vivos, tentando convencê-lo a partir. Depois fiquei sabendo que "eles" realmente partem depois desse processo. Menos um espírito obsessor no mundo.

Também não identifiquei nada do outro anormal. Dois estudantes de teatro de Quintino poderiam fazer a mesma encenação.

Meu amigo me contou que apenas 1/4 das pessoas do mundo estão vivas. Os outros 3/4 são espíritos que não partiram para o plano seguinte. Ou seja, nunca estamos sozinho, eles ficam nos olhando durante 24 horas por dia e nos vêem fazer tudo: tirar meleca, coçar a bunda, fazer sexo e bater uma, por exemplo. Segundo esses dados, o filme do Chico Xavier não foi assistido só por mais de um milhão de espectadores, e sim, mais de quatro milhões!

Depois da desobsessão, recebi o passe e voltei para o salão para assistir a palestra. O tema da noite era cigarro, álcool e carne. O palestrante não se ateve muito ao cigarro e álcool, já que era claro para todos o quanto são prejudiciais. Ele passou 90% do tempo falando sobre a carne.

O palestrante afirmou que a ciência já comprovou que o homem é naturalmente vegetariano, que só passamos a comer carne depois da era do gelo, quando as plantas morreram por causa do bloqueio da luz do sol pela fumaça expelida pelos vulcões. Para sobreviver, passamos a comer carne e nunca mais paramos. Nossos dentes não foram feitos para cortar a carne, o que explica porque temos que mastigar durante muito tempo. Além disso, nosso estômago também não foi feito para digeri-la, o que explica o "mal estar" que nos acomete depois de comer grandes quantidades.

Ainda, segundo ele, o intestino humano é muito mais comprido do que o dos animais verdadeiramente carnívoros, como os leões. Isso faz com que a carne apodreça dentro de nós antes de ser expelida, e até mesmo, antes mesmo de ser consumida, explicando porque sentimos nojo com cheiro de carne crua.

Grandes animais, como a girafa, o elefante e o hipopótamo, são vegatarianos, provando que as proteínas presentes na carne podem ser substituídas por vegetais sem comprometer nossa saúde, força e tamanho.

Existem controvérsias com relação ao que foi dito. Não sou especialista no assunto, mas muitos médicos falam da importância da carne numa dieta saudável e, é claro, existem correntes que defendem ambos os lados. A conversa dele, verdadeira ou não, não me convenceu a deixar esse saboroso hábito, o churrasco continuará fazendo parte da minha dieta.

No final da palestra, as pessoas que estavam indo pela primeira vez ficaram para que o dirigente da casa, que também foi o palestrante, assinasse nosso cartão, além de perguntar sobre nossa impressão do lugar.

*******

Na sexta da mesma semana fui fazer minha consulta com meu "guia espiritual", mas esqueci o cartão e não pude ser atendido. Fiquei com muita raiva, por causa de um pedaço de papel o responsável pelo centro não pode me atender. Se eu fosse uma pessoa que estivesse realmente precisando de um conselho, de uma orientação, iria sair de lá sem nada. Muita burocracia para uma instituição que se diz pretender ajudar os outros negar atendimento por causa de um pedaço de papel.

Nem sei se vou voltar lá esta vem. Já vi o suficiente.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Caboclo fala caboclês

Trabalhei com um gerente que durante a infância morou alguns anos na França, acompanhando o pai que foi fazer doutorado em inteligência artificial. Ele foi um dos pioneiros na área no Brasil e queria ter ido para União Soviética, mas diante da ameaça de abandono por parte de sua mulher, escolheu um lugar menos frio.

Comunista e ateu da ponta do cabelo ao dedão do pé, já de volta ao país e com um câncer em estado terminal, começou a freqüentar, por orientação da família, um centro de umbanda do Caboclo Pena Branca. Ficou tão impressionado com o tratamento que disse, pouco antes de morrer:

- Deus eu continuo achando que não existe, mas que o Caboclo Pena Branca existe, existe!

Esse foi o único relato sobre espiritismo que levei a sério. Veio de um cientista extremamente racional, que passou a vida inteira estudando o comunismo e as ciências da computação. Já ouvi muitas outras histórias de pessoas próximas, mas todos sem critério, amigos ingênuos e possuidores de diversas outras crenças que não considero reais.


Por isso estava curioso em saber como realmente funcionava essas giras da umbanda, fiquei só esperando a oportunidade em conhecer e ter minha própria experiência. Queria saber se ouviria algo que nunca contei para ninguém, segredos íntimos nunca revelados e dúvidas pelas quais realmente estou passando, conselhos diretos e sem rodeios.

Sábado passado foi o dia. Fui num "terreiro" aqui mesmo na Ilha do Governador. Não era um terreiro de fato porque funcionava no terraço coberto de uma casa, mas exercia as mesmas funções. Ao chegar você escolhe o caboclo com o qual vai se consultar. Neste momento veio minha primeira desconfiança. As pessoas com as quais fui ao centro me indicavam os mediuns que, segundo elas, eram bons, e não indicavam o caboclo. Se você vai se consultar com uma entidade, se ela realmente ela é um espírito que existe em um outro plano e baixa nas pessoas quando convocado, deveria ser o mesmo independente do medium que o recebe. Uma das minhas amigas nem sabia o nome do caboclo com quem iríamos conversar, mesmo freqüentando o lugar há anos.

Depois de aproximadamente uma hora e meia de ritual, com diversos Orixás sendo invocados, começam a baixar os caboclos para iniciar as consultas. Já estudei teatro, assisto peças todos os meses e me sinto a vontade para fazer críticas a atores e espetáculos. Depois que os mediuns estão em transe, nenhum deles consegue segurar o personagem o tempo inteiro. É visível quando eles deixam de ser caboclo, mesmo que por apenas alguns segundos.

Quando chegou minha vez, recebi o passe e várias baforadas de charuto. O caboclo começou a falar, mas caboclo fala caboclês. Não consegui entender sua primeira pergunta, usava palavras e um sotaque que para mim eram incompreensíveis. Depois de pedir várias vezes para ele repetir, vi que meu esforço era inútil e resolvi abstrair. Respondi que não sabia a resposta para a pergunta e era por isso que lá estava. O medium pegou minhas mãos e falou que eu estava diante de dois caminhos e que não poderia seguir pelos dois, teria que escolher um. Quis saber como eu conseguiria escolher o certo e fui orientado a acender uma vela para meu anjo da guarda, que me guiaria nessa escolha. Mais baforadas e terminou a consulta.

Para mim foi muito claro o que aconteceu. O medium, assim como acontece nas consultas com cartomantes e congêneres, faz afirmações vagas e que servem para qualquer pessoa. Eu tenho dois caminhos para seguir e tenho que escolher um deles é vago demais, posso atribuir qualquer significado: dois cursos que quero fazer, duas opções de carreira, duas mulheres que tenho algum interesse, duas coisas que tenho que comprar mas só tenho dinheiro para comprar uma entre muitos outros.

Tenho um amigo que faz trotes em um programa na Rádio Intertop. Ele liga para algumas pessoas com informações básicas e consegue arrancar informações valiosas sobre elas, utilizadas, obviamente, no trote. É desta forma centenas de pessoas caem nesses falsos seqüestros por telefone e acreditam em videntes.

Recomendo muito a leitura do texto que escrevi que explica como funciona a vidência, com link para a série de reportagens do Fantástico intitulada Operação Bola de Cristal. Explica também o conceito de falsa memória.