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quinta-feira, 18 de março de 2010

Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos

Às vezes meus textos são parecidos com episódios d'Os Simpsons: começam com uma pequena história que aparentemente não tem nada a ver com a trama principal e que servem apenas para iniciar e concatenar a narrativa.

O tema principal eu já tinha, que era descrever minhas impressões do filme Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos. Faltava apenas a introdução.

Eis algumas idéias que surgiram:

1- Pensei em começar falando de uma ex-namorada gostosíssima e bissexual que tive na adolescência;
2- A vez em que fiquei pelado numa peça de teatro quando era ator;
3- O manifesto de Pedro Cardoso sobre a nudez no cinema e que, apesar d'eu adorar ver peitinhos em telas de 400 polegadas, tenho uma namorada atriz e seria sacaneado até a morte pelos meus amigos caso ela faça uma cena de sexo;
4- Minha identificação com o personagem principal do filme, que tenta escrever um livro há anos mas não consegue por sua inaptidão;

São todas ótimas histórias, mas, como não consegui escolher uma, vou deixar para contá-las em outra ocasião.

Vamos ao filme:

O personagem de Caio Blat é um jovem com 30 anos que vive de mesada. Tenta se tornar um escritor mas não consegue sair da página 50 de seu romance. É casado com uma mulher que é seu oposto, decidida, doutoranda e com um futuro promissor.

O filme acerta quando faz com que nós, espectadores masculinos, nos identifiquemos com as neuroses que assombram nossas mentes doentias. Exemplo: às vezes temos certeza que nossas mulheres estão escondendo algo e, tal qual Sherlock Homes, vemos todas as pistas na nossa frente. Não tem como negar, alguma coisa está acontecendo. De repente algo acontece e vimos o quanto fomos idiotas, que toda nossa teoria conspiratória e que parecia tão bem embasada não passava de um surto psicótico.

Além disso, o filme aborda muitos outros temas, como a entrada de vez das mulheres no mercado de trabalho e na vida acadêmica e o impacto disso nos homens, e a síndrome de Peter Pan que acomete muita gente.

O filme é ótimo, mas mesmo assim ainda existe preconceito do público com filmes nacionais. Na sessão que eu estava só tinha 14 pessoas, um casal saiu antes do término e eu não paguei ingresso. Mas se tivesse pago não teria me arrependido.

Concordo com Pedro Cardoso, as cenas de nudez e sexo eram desnecessárias. Quando encontrei um amigo que também tinha assistido o filme, nosso diálogo foi o seguinte:

- E aí, viu o filme?
- Vi. Que loira era aquela?
- Maravilhosa.
- Ai, ai!!!!!

O filme vai ficar marcado por causa da loira maravilhosa que aparece nua, pelada e sem roupa, deixando todas outras qualidades, como o ótimo roteiro, para trás.

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