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sábado, 22 de agosto de 2009

O Contador de Histórias

Fazer um filme que conta a história de um dos 10 melhores contadores de histórias do mundo não é tarefa fácil. Ou o diretor é melhor contador do que o personagem do filme ou é melhor deixar o próprio fazer o trabalho.

O Contador de Histórias tinha tudo para ser um filme melhor do que é. Desperdiça diversos momentos, cenas que começam bem mas não conseguem ser finalizadas. Acredito que isso tenha acontecido pelo próprio processo de criação do cinema, em que a construção dos personagens e os ensaios não são tão profundos quanto no teatro.

Exemplo disso é a cena em que o Roberto é espancado. Não convence, fica nítido que os outros rapazes não estão batendo, estão fingindo. Outra cena que tinha tudo para dar certo é a que ele é violentado. Muito fraca, dava para fazer melhor, como em O Caçador de Pipas.

Além disso, nenhuma grande atuação e uso excessivo do cigarro, que é quase um personagem coadjuvante. Impressionante a quantidade de cenas em que a francesa aparece fumando. Completamente desnecessário, o cigarro descaradamente assume um papel de bengala no filme, ou seja, é utilizado como recurso para tirar o foco do espectador. Isso piora quando se trata de um filme que deveria transmitir uma mensagem educativa.

Mas o longa tem seus destaques, como a curta participação de Chico Diaz, o ator que interpreta o Roberto mais jovem (o moleque é uma gracinha), a pesquisa de figurino e cenário, que conseguem reproduzir com precisão a época em que se passa a história.

Também gostei dos encenações da imaginação do Roberto, cenas fantasiosas e coloridas, bem ao estilo do desenho animado O Fantástico Mundo de Bob. Nada que já não tenha sido feito (e melhor), mas que é sempre agradável assistir.

Quem já assistiu uma entrevista do Roberto no Jô Soares já conhece todas as cenas. O próprio contando sua história é muito mais envolvente, emocionante e engraçado.

Destaque também para o final, com os créditos já aparecendo, do Roberto fazendo um de suas sessões de contação de num parque. O cara é genial.

Tomara que o filme escolhido para representar o Brasil no Oscar seja o Tempos de Paz.

Nota: dá para esperar sair em DVD.

Veja o site oficial do Roberto Carlos Ramos.

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