O Ilhados foi criado para abrigar as resenhas e fotos dos botequins insulanos. Tipo um guia de onde entupir as artérias e conseguir um infarto da forma mais saborosa possível. Felizmente a Ilha é uma terra abençoada, com diversos estabelecimentos prontos para nos colocar em contato com deus antes dos 40, se frequentados com a mesma assiduidade com que as carolas frequentam as igrejas.
Entre bois, porcos e galinhas, devo ter consumido uma fazenda inteira. Incontáveis costelas, galetos, rabadas, feijoadas, filés, linguiças, bacon e demais derivados animais capazes de deixar um viking com inveja. Mas, de uma forma muito esquisita e de um jeito como ainda não sei explicar, estou deixando isso para trás. Tenho escasseado o consumo de bichos e a cada dia que passa aumenta minha convicção a abandonar de vez a alimentação carnívora.
O motivo principal não é minha saúde nem a crueldade com os animais, mas a destruição do planeta. Mais da metade da emissão dos gases responsável pelo efeito estufa são produzidos em decorrência da criação animal, enquanto todos os meios de transporte juntos, incluindo aviões, correspondem a 13% do total. Estamos, quase que literalmente, comendo o planeta. Destruindo a Amazônia, poluindo a terra, acabando com a água. Recentes massacres contra indígenas estão acontecendo no Mato Grosso do Sul com o objetivo de expulsar populações tradicionais de seus territórios para abertura de pastos e plantação de soja, utilizada, entre outras coisas, como ração.
Não acho exagero dizer que comer carne é contribuir com a morte de índios nos rincões deste país, por isso me despedi de alguns pratos nas últimas semanas. Cabrito na Cadeg, arroz malandro com galeto picante no Galito's Grill, feijoada no botequim da esquina do trabalho, churrasco na chapa. Comi e tive certeza que não vou sentir falta, que vou conseguir passar muito e bem e feliz sem bichos mortos.
Um ponto crucial para essa minha mudança foi o documentário Cowspiracy. Abaixo é possível assistir completo e com legenda.
Comer carne não é uma atividade sustentável, em nenhuma situação, e meu desafio vai ser virar vegetariano sem virar um chato. Não sei se de fato vou conseguir, mas vez por outra passarei aqui para contar como está sendo.
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