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domingo, 13 de maio de 2012

Botequim Galeão

Na adolescência fui um freqüentador assíduo da Lapa. No início de namoro com a digníssima, ela ficava espantada com a quantidade de pessoas que me cumprimentavam por lá. Agora a Lapa é outra coisa, com diversos botequins metidos a besta, que tentam imitar os tradicionais no cardápio e decoração, menos no preço.

Eu ia no Bar das Quengas quando esta era apenas o apelido da casa e as putas realmente paravam por lá para tomar um caldinho de feijão antes de pegar no batente (ops!). 

Não gosto, não vou mais. Um dos poucos em que ainda bebo vez por outra é o Gerson, pé-sujo de verdade. De resto, nada mais me agrada por lá.

Essa onda de botequins projetados por arquitetos, agências de publicidade, chefes de cozinha e patrocínio de cervejarias começou no final da década de 90 e se espalhou pelos grandes centros urbanos. Na Ilha do Governador o Botequim Galeão, recentemente inaugurado, é um exemplo. Funciona no antigo Gelo e Carvão, que por poucos meses abrigou o Farpella, que tinha nas rodas de samba e pagode sua principal característica. Me falaram que é do mesmo proprietário do Bar Favela, que provavelmente resolveu fechar o Farpella e atingir um outro público, já que o anexo da União da Ilha também tem forte ligação com a música.

Interior do Botequim Galeão

Apesar da minha resistência em chamar esses bares moderninhos de botequins, gostei de lá. A casa é muito bem planejada, com iluminação fraca e agradável, boa música em baixo volume e decoração caprichada. Em um dos cantos, várias fotos da Ilha antiga adesivadas nas paredes, além de cartazes de clássicos do cinema, fotos de importantes nomes da cultura brasileira, como Vinícius de Moraes, diversas capas d'O Pasquim, cartuns do Jaguar entre outras imagens. Referências culturais com as quais tenho forte ligação, por isso me senti bem. Uma linha do tempo conta os principais acontecimentos da Ilha até 2012, ano de abertura do bar.

Para beber, uma carta considerável de cerveja importadas. Para comer, um cardápio provisório com poucos itens. Em breve abrirá para almoço.

Gostei, certamente seria um lugar onde eu bateria ponto semanalmente, mas R$7,00 numa garrafa de Bohemia (mais 10%) está fora do meu poder de compra. Sentar para beber é uma atividade que faço com muita freqüência, por isso preciso de bares com preços moderados.

Botequim Galeão
Rua Gregório de Castro Morais, 1130 (Loja A) Jardim Guanabara - Ilha do Governador
(21) 3393-2422

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