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terça-feira, 31 de agosto de 2021

Agosto, mês do desgosto?


     Cresci ouvindo do meu pai que agosto era o mês do desgosto... Ele por sua vez ouviu dos meus avós que ouviram dos meus tataravós uma antiga crença que originou-se antes do descobrimento do Brasil. Agosto era associado ao mês das despedidas, uma vez que as navegações costumavam partir ao final de Julho e os enamorados e recém casados acabavam separados por longos períodos. Os homens que partiam muitas vezes não retornavam ao seio das suas amadas e assim, os casamentos que eram realizados em agosto já traziam consigo um ar pesaroso.

    Já passei por diversos agostos, com muitos gostos e desgostos mas este ano eu decidi dar ao meu agosto a cara que ele merece e decidi assim interromper meu jejum de quase 2 anos sem visitar feiras livres.
 
Agosto, mês da vacina, da liberdade (semi) condicional e do retorno às feiras livres.
 
     Retornei assim à feira que na minha concepção é uma das mais tradicionais da Ilha do Governador, a feira do Cacuia. 

(Fonte da imagem: Ilha Notícias, Facebook)
 
 
    Desde que mudei-me para o Cacuia, a feira tornou-se meu point de visitação aos domingos... E de tanto visitar me tornei conhecida, conhecida pelo rapaz da barraquinha  do paXtel, pela moça da tapioca e pelo tio do chopp, este último infelizmente não tive a oportunidade de reencontrá-lo em minha última visita, visto que faleceu de covid há alguns meses.

    Vale a pena uma parada para degustar o tradicionalíssimo Pastel do Márcio, sempre fresquinho, frito na hora. Dispõe de diversos sabores para agradar todos os paladares. A pimentinha artesanal, disposta em recipientes de alumínio para ser colocada com colher é um sabor a parte pra quem curte uma pimentinha.
    Todos os pastéis têm o mesmo valor R$5,00 (preço em agosto/2021) e pra quem curte caldo de cana, que também é triturada na hora e servida sem parcimônia, é possível fazer a dupla por módicos R$10,00.


   
    Por hábito, acostumei-me a frequentar a barraca que fica no "meio" da feira (há 3 tendas, uma em cada ponta da rua e uma localizada quase que no meio).
 
    Guarde lugar pra degustar uma tapioca supimpa! Ali quase em frente, tem a tendinha da Tapioca Master. 
    De todas as tapiocas que já experimentei nessa feira, super indico a Tapioca Master. São vários sabores, entre salgadas e doces, com os diferentes queijos que também estão a venda no local. A goma da tapioca fresquinha e peneirada na hora também pode ser comprada por R$5,00 (meio quilo) e R$8,00 (Um quilo). Excelente pedida também pra quem quer cozinhar em casa.
 
 
Sempre peço a tapioca de queijo temperado com orégano. Custa R$8,00
 
    Por fim, porém não menos importante, meu rolê gastronômico pela feira sempre termina no chopp!
    Uma nova tenda inaugurou, oferecendo chopp claro e escuro de boa qualidade e barato.

    Trata-se do chopp Donzela, oferecido em copos de 300ml e 500ml. Quem passa pela barraca também está convidado a sentar em uma das mesinhas (duas) que estão dispostas ao lado dos barris e junto ao chopp comer um tira-gosto que varia desde ao bolinho de bacalhau até ao croquete de camarão e sardinha frita na hora.
 



    Confesso que essas iguarias não experimentei, porém o chopp está testado e aprovado. Dá pra sentar, pedir quantos copos sua bexiga aguentar enquanto observa o movimento, conversa com algum amigo ou encontra conhecidos.

A feira do Cacuia acontece todo domingo, das 06:00h às 14:00h, na rua Sargento João Lopes.
 
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    Ao contrário de muitos leitores aqui deste blog, sou insulana há módicos 11 anos mas passei a amar cada parte dessa Freguesia de Nossa Senhora da Ajuda desde que aqui pisei.
    
    Por essas linhas quero trazer devaneios de quem tanto já leu o Ilhados e tornou-se assim amiga do Isidoro, quero trazer o meu olhar sobre essa Ilha e falar dos lugares que eu aprendi a  apreciar.
    
    Não tenho nem de longe a estética de linguagem de outros escritores, (típico de pessoas perfeccionistas como eu), na verdade estou só me aventurando, então não esperem nada além do meu melhor.

Com amor,
Conceição

Um comentário:

  1. Esse trajeto me é muito familiar, lamento muito não estar frequente por causa da pandemia, mas o texto me emocionou bastante, muito bem escrito e nos faz sentir como se estivesse caminhando por aqueles espaços estreitos.

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