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terça-feira, 19 de junho de 2012

Triângulo dos Acarajés - Praça General Osório

Barraca da Nicinha e Alzinea e minha bicicleta

Por pouco a Praça General Osório, em Ipanema, não vira o quadrilátero do acarajé. Só faltou uma das pontas para cercar completamente o local com cheiro de dendê. Mas tudo bem, um triângulo já é mais que suficiente.

Todo domingo acontece a tradicional feira Hippie, com artesanato e quitutes para turistas. Mas, como meus leitores já sabem, o que me interessa mesmo são os famosos bolinhos de feijão fradinho recheados com vatapá, caruru, salada, camarões e pimenta. Sinto o cheiro de longe e fico parecendo o Pica-Pau com fome sendo carregado por aqueles braços de fumaça que saem das tortas e frangos assados.

Apesar de estar localizada numa feira para turistas, tradicionamente com preços superiores aos cobrados para os locais, o acarajé da Nicinha e da Alzinea custam R$7,00 e são mais bem servidos do outros que vejo por aí. Vem num desses potes para caldos com garfo e faca, tamanho a quantidade de recheio. Obviamente um não foi o suficiente, tive que traçar dois desses.

Acarajé da Nicinha e Alzinea
Além do acarajé, uma boa seleção de doces completam o cardápio. Também aproveitei para experimentar a empada de frango (R$3,00). Boazinha.

Empada de frango
Barraca da Nicinha e Alziena
Todo domingo na Praça General Osório

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Carrocinha no Cacuia

Carrocinha de sanduíches e caldos que funciona madrugada a dentro no Cacuia

Por forças das circunstâncias, fui levado a abrir minha própria empresa. Não era algo que pretendia fazer, na verdade eu queria um bom emprego com férias e décimo terceiro. Já que minhas expectativas não foram correspondidas a contento, me tornei mais um empreendedor neste Brasilzão de deus.

Já passou o medo inicial e agora eu me pergunto porque não tomei esta iniciativa anteriormente. Estou gostando do resultado e vislumbro um bom horizonte que deve ser atingido em breve.

Existe uma coisa chamada "perfil empreendedor", e especialistas se dividem entre aqueles que acreditam que as pessoas nascem com ele e aqueles que acham que isso é uma coisa que se aprende. Acreditava não me encaixar neste perfil, afinal de contas, abrir uma empresa requer dedicação integral. É colocar o trabalho acima de qualquer outra esfera da vida, e isso eu não queria. O que não considerava nas minhas divagações era o fato de que quando trabalhamos com algo que realmente gostamos, o trabalho não se transforma num fardo. E se passar 9 horas por dia, de segunda à sexta, num escritório não é colocar o trabalho acima de qualquer outra coisa então não sei mais o que é.

De qualquer forma, sempre admirei aqueles que largam os empregos para trabalhar por conta própria. É o caso do amigo acima, que deixou uma vaga na Majestosa para montar uma carrocinha na qual vende sanduíches, caldos e cervejas, que nutrem e embebedam aqueles que por ventura, sabe-se lá por quais motivos, perambulam na madrugada da Estrada do Cacuia.

Caçulinha e o caldo verde

sábado, 9 de junho de 2012

Gringo Café

Gringo Café
Quando adolescente, achava que era comunista. Participei de diversas manifestações, acampei com os Sem Terra, reuniões de apoio às FARCs e ao Exército Zapatista, joguei pedra no McDonald's, respirei gás lacrimogênico e levei borrachda de PM. Não bebia Coca-Cola e tinha ódio mortal pelos Estados Unidos. O tempo passou, cresci e hoje tenho um fascínio pela terra do Tio Sam. A única coisa que continuo odiando é a política externa daquele país, responsável por guerras, fome e demais mazelas que atormentam o mundo.

Ainda não tive a oportunidade de conhecer Nova Iorque, mas farei isso um dia. Andarei de limosine na Quinta Avenida e assistirei musicais na Broadway. Depois cruzarei a Rota 66 num conversível com a mala cheia de drogas e casarei com a digníssima num cassino em Vegas. 

Não tem jeito, consumo altas doses de cultura estadunidense (me recuso a escrever americana), como filmes, seriados, programas de televisão, livros. Obviamente isso me influencia, fazendo com que eu tenha vontade de experimentar certas coisas. Já comi um balde de frango frito da KFC, experimentei hambúguer de churrasco do Burguer King e chocolate Kit Kat. Faço apenas uma vez, só para experimentar, por isso resolvi conhecer um típico diner que abriu em Ipanema.

Os diners são aqueles restaurantes que frequentemente aparecem em filmes, geralmente em beira de estrada e com poltronas encostadas na parede que servem várias mesas. Um californiano abriu o Gringo Café na Barão da Torre. Bolo de carne, sanduíche de pasta de amendoim, ovos com bacon, presunto e lingüiça, panquecas, waffles, sanduíche de rosbife, torta de maçã entre outros astros do Gilmore Girls estão no cardápio. Pedi um macarroni and chesse com café americano.

Macarroni ande cheese R$19,90

Café americano R$5,50
Macarroni ande cheese é um prato encontrado em quase todos os restaurantes e casas dos Estados Unidos. É, mais ou menos, como se fosse o nosso miojo, só que mais popular. O gosto é quase o mesmo, não passa de um macarrãozinho safado com cheddar.

O café americano é mais fraco, mas com refil. Você paga uma vez (R$5,50) e bebe o quanto quiser. Vemos isso nos filmes, o tempo toda passa uma garçonete com um bule na mão servindo a galera.

Quero voltar lá para experimentar um verdadeiro cheesecake.

Gringo Café
Rua Barão da Torre, 240 - Loja A - Ipanema

terça-feira, 5 de junho de 2012

Heil Hitler

Capacete é um item fundamental para quem pedala, principalmente para quem pedala pela Rio Branco em horário de rush, como eu. Como sempre achei os modelos disponíveis horríveis, só agora comprei um que me agradou.


Depois de muito pesquisar, resolvi comprar um original de Segunda Guerra, que ao contrário do que imaginava, não é tão caro. O problema é que seria necessária uma restauração, com colocação de material interno moderno e novas presilhas, trabalho além do que estava disposto a despender. Achei uma oficina em São Paulo que faz uma réplica de um modelo alemão e foi esse que comprei.

Inicialmente fiquei preocupado em transmitir uma mensagem errada, como se houvesse uma guerra entre ciclistas e motoristas. Não se trata disso, pedalar é um ato de amor e paz, e longe de mim incentivar qualquer interpretação contrária a isso. Mesmo assim não abandonei a idéia de usar um item belicoso apenas por estética.

O que eu não imaginava era a repercussão que o capacete teria pelas ruas. O tempo todo ouço comentários do tipo "olha lá o capacete do cara", pessoas me perguntam onde comprei, quanto foi, elogiam.  Também já recebi alfinetadas de pessoas que, se não me chamaram de nazista, pelo menos acham uma atitude de mau gosto sair por aí com tal acessório.

Também descobri que o Rio tem um monte de especialista em Segunda Guerra. O capacete é uma réplica de um modelo alemão, mas a estrela é um símbolo dos Aliados. A primeira pessoa que me contou isso eu não dei muita bola, achava que ela estava errada. Depois outro me falou a mesma coisa, e mais um. Agora não tenho dúvidas, estou pensando em enviar um e-mail para o fabricante para avisar que faltou pesquisa história no momento de projetar o capacete.

Mas o episódio mais assutador aconteceu em frente ao Shopping da Gávea. Um cidadão bem vestido, com roupas esportivas, caminhando com o filho, depois de fazer um elogio, disse que eu deveria trocar a estrela por uma suástica. Fez a famosa saudação nazista, esticando o braço direito com a palma da mão virada para baixo e gritou "heil Hitler". Perguntou se eu também era neonazista e, depois de ouvir minha negativa, tentou me convencer a entrar para a causa e foder os judeus.

Impressionante, num primeiro momento achei que era brincadeira, mas a história era séria. Aparentava um típico pai morador da Gávea passeando com o filho no shopping, mas era um nazista FDP. Difícil acreditar que esse tipo de gente ainda exista e frequente os mesmos lugares que eu.

sábado, 2 de junho de 2012

Acarajés

Mais um domingo de sol com muitas pedaladas pelo Rio, desta vez passando por São Conrado e Lagoa, com paradas estratégicas para provar os acarajés do caminho.


Em São Conrado, num quiosque perto da área de pouso das asas e parapentes, uma baiana serve o quitute por R$8,00 (acima). Já na Lagoa (abaixo), a granada baiana custa R$10,00. Preços acima da média, no Centro custa entre R$6,00 e R$7,00.


Cada dia que passa tenho mais certeza que o acarajé da Ciça, Praça XV, é o  melhor do Rio, quiçá, até da Bahia.